Como se pode observar no gráfico abaixo, as vendas de música - sim, vendas, e não downloads ilegais - vêm crescendo de forma acelerada nos últimos anos. O perrengue pelo qual a indústria passa não deve, portanto, ser atribuído à pirataria digital ou à suposta impossibilidade de se cobrar por conteúdo na internet. Ocorre que a unidade básica de consumo da música mudou. No passado, se compravam àlbuns - primeiro no formato LP e depois em CD. Com o surgimento da internet e do MP3, porém, a unidade de consumo escolhida por aclamação dos consumidores passou a ser a canção, a faixa.
Fonte: Tom Silverman, fundador do New Music Seminar |
Em outras palavras, uma vez que lhes é oferecida a opção de comprarem faixas individuais ao invés de serem obrigados a adquirir uma coletânea de músicas, a maioria dos consumidores demonstra preferência por esta nova unidade de consumo. E pode-se extraploar que o mesmo ocorre ou ocorrerá com outras formas de conteúdo cuja forma de comercialização analógica é passível desse mesmo tipo de desagregação. Para jornais e revistas, o artigo passa a ser a unidade de consumo e para alguns tipos de livros, é o capítulo.
Saudosistas irão argumentar que a coletividade dos antigos formatos é parte inerente da obra e que tal desagregação é uma afronta à "arte". É uma meia verdade já que muitos desses formatos foram desenvolvidos de forma a atender as imposições de economias de escala que derivam de tecnologias hoje ultrapassadas. E, em última análise, mesmo que tomemos o argumento como fato, a realidade é que a arte tem que se adapatar ao mercado quando está a serviço dos negócios.
Modelos de negócio que trouxeram muitos lucros às empresas produtoras de conteúdo precisam, assim, ser revistos diante dessa nova realidade. A desagregação impõe, sobretudo, a necessidade de se alterar o modelo de produção de conteúdo. A possibilidade de se desenvolver e comercializar unidades de consumo de conteúdo menores e mais baratas demanda reflexão e revisão desde os critérios utilizados para selecionar o conteúdo a ser produzido até às caracteristias finais do produto a ser oferecido ao consumidor. Mas isso é tema para um outro post.
Modelos de negócio que trouxeram muitos lucros às empresas produtoras de conteúdo precisam, assim, ser revistos diante dessa nova realidade. A desagregação impõe, sobretudo, a necessidade de se alterar o modelo de produção de conteúdo. A possibilidade de se desenvolver e comercializar unidades de consumo de conteúdo menores e mais baratas demanda reflexão e revisão desde os critérios utilizados para selecionar o conteúdo a ser produzido até às caracteristias finais do produto a ser oferecido ao consumidor. Mas isso é tema para um outro post.
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